sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Seja TELESELETIVO!




Já faz alguns dias que tenho compartilhado com meu marido a minha indignação.


Raramente tenho oportunidade de ficar em frente do televisor, a não ser para ver os ótimos seriados da Universal Chanel, como Three Rivers ou House. Foi justamente nos intervalos comerciais que fiquei entristecida. Uma famosa operadora de celulares vendendo a mais nova função do celular: Cumprir a missão emocional da ausência do pai na vida de uma criança pequena. A menininha aparece triste logo no inicio, porque o pai está deixando o lar, e lhe recompensa com um celular, que segundo “ele” lhes manterá em contato ininterrupto.

É a tecnologia, a inovação, cumprindo segundo a mensagem da propaganda, mais um papel: Tranquilizar pais separados e seus filhos.

O que ocorre nesta mensagem televisiva, é a explicita confirmação de um sintoma de época: soluções imediatistas e bem ao modo “delivery” de tratar às novas constelações familiares.

O que é assustador não é o comercial em si, pois é óbvio que será uma excelente estratégia de vendas, até para os filhos de famílias com configurações normais, que atendendo ao apelo emotivo da campanha, sucumbirão à compra do celular , como pretexto para uma maior proximidade.

Mais o que aproxima pais e filhos?

O que aproxima de verdade é a qualidade de tempo presencial.

O tempo que você dedica ao seu filho tem que estar permeado de um espaço saudável, onde haja terreno para uma interação que envolva responsabilidades, amor, ternura, limites, lições de vida e tanto mais for necessário.

O conceito de família e casamento está sendo totalmente banalizado em nossa sociedade .A questão do divórcio hoje em dia é tratado com uma normalidade sem precedentes. Muitos outros conceitos ultrajantes nos são vendidos como algo que temos que engolir, ou seremos tachados de caretas e preconceituosos.

Querido leitor, precisamos analisar tudo que chega até nós através da mídia e sermos mais críticos em relação ás mensagens sutis que tentam implantar a todo momento.

Precisamos ser seletivos. Reclamar dos BBB´s, Pânico e outros esgotos televisivos é muito pouco. Ninguém é obrigado a inalar cheiro ruim dentro de casa. Portanto, afaste seus olhos, seus ouvidos, sua mente e o seu coração de programações que no fundo não lhe agradam.

Se fossemos seletivos, patrocinador algum neste país gastaria seus recursos em propagandas e programas que são rejeitados pelo público. Eles continuam porque tem a audiência da maioria.

Na minha casa? Só quero bom ar.....Sou teleseletiva....

2 comentários:

  1. Marilene...

    Parabéns pelo texto expressivo. Sou publicitário há muitos anos e trabalhei em TV também por muito tempo. Sei exatamente sobre o que você está falando e concordo com sua indignação.
    Sua formação e base familiar, é claro, que a fazem ser uma crítica construtiva com embasamento total.
    Parabéns.

    Renato Baptista

    Fica um convite para que visite nossa rede social de literatura: www.casadapoesia.ning.co e se tiver interesse, cadastre-se por lá...será um prazer lermos textos como esse por lá.

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  2. Graça e Paz, Marilene!

    É, a televisão e a tecnologia estão acabando com os valores em casa e na escola.

    Quem não não tem TV paga, acaba assistindo a programas sem contéudo que banalizam o caráter, o amor, o que é certo, mas que fazem sucesso.

    Temos de oferecer a essas pessoas outro tipo de lazer, outro tipo de programação e cultura. Todos temos uma parcela de responsabilidade e se cada um fizer a sua parte, poderemos mudar esse quadro aos poucos.

    Abraços!
    Chris Amag

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